A parteira e o djim

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

AfroContações em ônibus...
(que também são bibliotecas!)

Ainda com o CANTO NEGRO - que atuou bastante nos últimos tempos - realizamos nos meses de novembro e dezembro nosso AfroSarau nos ônibus-biblioteca da zona sul da capital, projeto antigo mas ainda inovador da prefeitura de São Paulo (histórico em www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bibliotecas/index.php?p=251).


Com uma programação intensa e diversificada, os encontros ocorreram aos sábados, domingos e terças, em pontos distintos e com convidados diferentes. Tendo como foco a oralidade, convocamos parceir@s da Música, da Dança, do Teatro, das Plásticas / Visuais para dialogar e incrementar nossas intervenções. Aboubacar Sidibé, Ba Kimbuta, Michele Lomba, contramestre Pingo, entre outr@s, abrilhantaram nossas ideias. Mas o ponto alto era, sem dúvida, a participação popular. E aí, as crianças sempre davam show...

E ainda tinha um prato típico preparado pelo COMIDA DE QUINTAL, empreendimento de Maria Dias, para dar mais sabor às nossas interações.


Esperamos que nosso projeto piloto seja bem avaliado e que outros saraus temáticos possam ser espalhados pelas ruas, praças, parques, ônibus de todas as periferias.










Coletando histórias na Bahia

No final do Mês da Consciência Negra de 2014, após maravilhosas e potentes atividades realizadas durante todo o período, decidimos fechar o ciclo com um "presente" muito especial: fomos finalmente conhecer a Bahia!!!


Tínhamos até a possibilidade de realizar um mini HADITHI NJOO em parceria com a Biblioteca Comunitária Abdias do Nascimento (www.abdiasbiblioteca.blogspot.com.br), iniciativa de Eduardo Pereira e Ísis Sacramento. Mas esse ficará para a próxima visita.


Aproveitamos então para fazer muitos contatos, registros e coleta de materiais. E foi uma vivência profunda naquela terra sagrada, cheia de AXÉ. Tantas (afro)histórias...



 












... que certamente regressaremos em breve para mergulhar nessa legítima África brasileira.

obs.: como observaram, a Maria Dias (COMIDA DE QUINTAL) também estava nessa vivência e deu muitas informações e indicações sobre Salvador e Euclides da Cunha, sua terra natal...



Em 2015, tem afrofestival por aqui

Notícia boa é assim, vem quando a gente menos espera:

No primeiro semestre do ano que está chegando, já temos confirmadas uma edição de nosso Festival HADITHI NJOO, um módulo formativo para as narrativas orais e a abertura do acervo e do espaço para estudos, produções e práticas na área. É que acabamos de aprovar esse ano o projeto AfroEscola Itinerante no PROAC de Proteção e Promoção das Culturas Negras no Estado de São Paulo.



E também tem uma porção de outras atividades nesse mesmo projeto que complementam e incrementam essa iniciativa: publicações, intercâmbios, encontros de culturas populares, cine debate, assessoria pedagógica para escolas, etc. Então, é só ficar atento e participar!!!

Publicando AfroHistórias

Estamos completando 2 anos de frutífera e estimulante parceria com a Cia Cantando Conto (criada pela artista e educadora Ana Paula Moreira) e, principalmente, e de fortalecimento das afrocontações através de nosso projeto CANTO NEGRO.



Em 2014, de março a setembro, pudemos divulgar tal proposta por todo o ABC paulista - nossa região - graças ao apoio do PROAC de Estímulo à Leitura em Bibliotecas Públicas do Estado de São Paulo. Foram inúmeras contações + oficinas + instalações lúdicas, formações para educadores, capacitações para o público em geral, saraus temáticos, etc. E as queridas - e trabalhosas! - publicações que, agora, tanto orgulho nos dão e que estão tendo muito boa receptividade dos apreciadores do assunto.



Publicamos 2 bibliozines e 6 bibliorádios. A seguir, apresentamos o primeiro número da "revista" e o sexto programa em áudio. Basta clicar sobre a imagem para curtir e compartilhar.

BiblioZine CANTO NEGRO nº 1


BiblioRádio CANTO NEGRO nº 6

Todos os demais materiais e muitas outras informações podem ser acessados na página do grupo, www.cantandoconto.com.

domingo, 31 de agosto de 2014

A força dos SARAUS



Com o movimento crescente dos saraus por São Paulo e outras regiões, foi quase impossível deixar de participar desses encontros maravilhosos e neles propor e interagir com as afrocontações. E assim os convites começaram a proliferar...

Nesse mês de agosto, participamos do Sarau da Resistência na Cidade Tiradentes, organizado pelo Coletivo Força Ativa na Biblioteca Comunitária Solano Trindade, espaço que dinamizam de maneira autônoma naquele bairro. E foi muito interessante e proveitosa a experiência!

E também aproveitando as boas energias da região, resolvemos adaptar a ideia do Sarau AfroBiblioBrasileiro, realizado há alguns anos no CEU 3 Pontes, para nossa "ocupação cultural" na Biblioteca Temática de Direitos Humanos do CFC da Cidade Tiradentes, onde estamos dando continuidade ao projeto de oficinas de afrohistórias. Teremos datas para essa manifestação sempre nas últimas sextas de cada mês, das 14 às 16 horas, até novembro de 2014. As datas precisas:

- 29 de agosto
- 26 de setembro
- 31 de outubro
- 28 de novembro

A biblioteca faz agendamentos para escolas, 2555 4224, mas quem quiser é só chegar. Entrada franca!

ÁFRICA MÍA

Essa é uma das lembranças / homenagens que trouxemos de Cuba, no mais recente ENLACES SOLDÁRIOS. Obra potente da querida artista e ativista Lourdes Suárez, La Cimarrona sin Cadenas.


Cuando pienso en tí África lejana
Llega a mis ojos el dolor de tus hijos
Maltratados por la mano blanca del amo,
Mayoral, perros, grilletes, bocabajo.
Lamentos bastardos amamantaron mis reminiscencias
Que me develan mestiza y afrodescendiente.
Tejo en mis pensamientos 
el olvido de tanta sangre perdida por el futuro,
que es hoy mi presente 
y veo el mañana labrado por mis manos,
sueño de mis ancestros, 
que cumpliré un día, 
al abrazarte madre, África mía.

Lourdes Suárez
 14 de julio de 2014

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

ENLACES nada SOLIDÁRIOS

Infelizmente não conseguimos completar nossos enlaces solidários mais recentes que tinham planos de chegar à Espanha no mês passado. E tudo isso por força da violência, da intolerância e do RACISMO crescente no mundo - que hoje se manifestam com outras tantas estratégias...

Fomos impedidos de "entrar" no território europeu quando pousamos em Frankfurt, Alemanha, onde havia uma conexão. Estávamos chegando de Havana, Cuba, e toda a porção negra que estava no voo foi separada da branca já no túnel de saiu da aeronave. Cerca de 90% de nosso grupo eram mulheres adultas e os demais crianças e idosos. Logo se revelou a : todas, sem exceção, eram casadas com homens alemães. Alguns já as resgataram ali mesmo no momento e outros foram chegando nos minutos seguintes. Após horas e horas de interrogatório, de averiguações de documentos (na verdade não buscaram nenhuma das referência apresentadas por mim), avisaram que não seguiria viagem. Então mais uma ampla sessão de burocracias e então uma prisão de uma noite no aeroporto. Depois, um longo caminho de volta até chegar ao lar: largado em Fortaleza - pois a companhia aérea não atendia a região sudeste - e mais 3 dias em ônibus até São Paulo.

Após baixar a raiva e a indignação, muitas reflexões, investigações e conclusões. A mais profunda e sincera de todas: "Não somos desejados em alguns espaços. E não conhecemos, não temos e não vivemos a liberdade, em suas incontáveis possibilidades expressivas. Estamos em - e de certa forma apoiamos, 'financiamos' - um sistema que oprime e nos controla a cada passo, a cada gesto. E isso nos faz definhar aos poucos, principalmente na tristeza ppor conta da impotência, nos faz exterminar uns aos outros".

Bom, sem muito mais a declarar por ora, seguimos buscando mais e mais informações para compreender o fato, que é uma constante naturalizada. Até o momento o que "aprendemos" é que ações assim são legais, institucionalizadas, então que estejamos física e psicologicamente preparad@s para enfrentar os próximos capítulos dessa nossa história humana. 

Abaixo parte de nossa bela agenda não materializada - dessa vez - em terras espanholas. Uma pena...

- dia 19 de julho, intervenção no restaurante La Bodeguita del 6, Córdoba


- dias 21, 22 e 23 de julho, oficinas criativas no Parque de la Asomadilla, Córdoba (com Maríajosé Pedraza)



- dias 25, 26 e 27 de julho, oficinas e afrocontação de histórias no Festival Pirineos Sur, Huesca (http://www.pirineos-sur.es/dias-de-sur/)

Taller Bailes y Ritmos Populares Afrobrasileños

del 25 al 27 de julio, de 12 a 14 horas, precio 5 euros
Taller de Bailes y Ritmos Populares Afrobrasileños

día 27 de julio, Carpa Sallent de Gállego
Diosas y Guerreras, sesión de narración oral

Continuamos acreditando e propondo 
"um outro mundo possível"

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Agora somos parte da RIC

A Rede Internacional de Cuentacuentos é uma representativa iniciativa no campo da narração oral contemporânea e tem fomentado de forma expressiva essa prática. Tem sua "raiz" na Espanha e coordenador@s espalhad@s por diferentes continentes. Inclusive foi "formalizada" num encontro aqui no Brasil em 2010.

Além de uma vasta lista de artistas que se dedicam a essa arte, há contatos de festivais, videos, pesquisas, referências, bibliografias, artigos e investigações, uma grande variedade de informações para quem deseja se iniciar ou se aprofundar na temática. Em espanhol e em inglês.


Em www.cuentacuentos.eu/narradores/miembros/brasil/OdeAmorim.htm poderá encontrar nossa nova página. Vale a pena entrar e conhecer também outros vários projetos de todo o planeta. Só aqui do Brasil temos cerca de 150 inscritos na rede...
AfroContando na Penha

Aqui apresentamos a primeira edição do material audiovisual registrado durante nossa fantástica experiência desenvolvida entre fevereiro e maio deste ano no Centro Cultural da Penha, em São Paulo. Ali com as participantes - só mulheres completaram essa expedição! - descobrimos outras narrativas e abordagens, estudamos África e sua diáspora em termos de História, Geografia, Filosofia, Artes e Culturas. E principalmente, revelamos muitas de nossos próprios relatos, acreditando que isso também ser caracteriza como afrodescendente, para nos aproximarmos sem pudores desse tema fascinante.


E finalizamos, CLARO, o processo com uma edição de nosso Festival HADITHI NJOO. Mas isso é assunto para uma outra postagem...


Agradecimentos muito, muito especiais a Bartira, Bete, Dora, Luciana, Nayê e Neusa pelos compartilhamentos.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Encontros Narrativos
em castellano

Aproveitamos nossos recentes ENLACES SOLIDÁRIOS para aproximações muito significativas. Conhecemos em Cuba 2 grandes afronarradoras e ativistas: Fátima Patterson e Mirta Portillo.

Fátima Patterson, que vive em Santiago de Cuba, é a criadora e a diretora do Estúdio Teatral Macubá, uma prática popular cênica e musical com bases fincadas nas culturas cubanas e caribenhas, nas religiosidades afro e na poesia. Como costuma dizer, ouve e sente sua cidade para desenvolver sua Arte, oscilando entre suas pungentes violência e paz. Qualidades de um lugar onde se usa de tudo, onde vale tudo.

Atualmente estão reconstruindo seu espaço físico, destruído pelo furacão Sandy em 2012. E logo estarão atuando em toda a sua potencialidade criativa novamente. 


Mirta Portillo reside em Havana e ali trabalha em projetos próprios, "El parquecito de los cuentos", e coletivos, o grupo CeiBaobah e o Festival Afropalabras. É, além de uma das narradoras mais conhecidas e atuantes de Cuba, professora, atriz, artesã e produtora cultural. Já esteve com sua prática em quase toda a ilha e também em Colômbia, Espanha e Suíça.


Em breve publicaremos aqui as respectivas conversas na íntegra.

sábado, 21 de junho de 2014

Histórias para 
transformar o mundo

Nós também estamos participando desta maravilhosa iniciativa promovida pela Rede Internacional de Contadores de História (www.cuentacuentos.eu), a qual nos aproximamos há pouco tempo. Abaixo seguem nossas sinceras contribuições e, na sequência, mais informações sobre a ideia.

- "The decision of the life", Madagascar, em inglês
http://oficinativa.podomatic.com/entry/2014-06-21T15_23_44-07_00

- "Por qué el cocodrilo tiene la piel aspera y rugosa", Namíbia, em espanhol
http://oficinativa.podomatic.com/entry/2014-06-21T15_36_41-07_00

- "A família surda", Etiópia, em português
http://oficinativa.podomatic.com/entry/2014-06-21T15_42_13-07_00



Desde la RICRed Internacional de Cuentacuentos, queremos hacerte llegar esta invitación para que te sumes a nuestra cuarta celebración: Historias para cambiar el mundo, este 21 de junio de 2014.

Esta iniciativa nació en el Simposio Internacional de Contadores de Historia, celebrado en Rio de Janeiro, Brasil, 2010. Donde nos reunimos varios coordinadores de la RIC y acordamos por unanimidad, establecer esta fecha para celebrar el nacimiento de la RIC, y difundir y afianzar el arte de contar historias bajo el lema: Historias para cambiar el mundo.

La propuesta es invitar y convocar todas las personas que quieran sumarse a este festejo: cuentacuentos, narradores, espontáneos, bibliotecarios, docentes, padres, abuelos, jóvenes y todos aquellos que tengan interés en hacerlo, para que narren cuentos ese día en diferentes lugares: escuelas, bibliotecas, colegios, casas de familia, plazas, parques, centros culturales, salas teatrales.



Con estas acciones estaremos multiplicando el efecto de celebración que buscamos y estaremos - entre todos - narrando historias para crear una nueva realidad, y comenzar a sentir que estamos construyendo un mundo mejor a través de las palabras y de los cuentos.

Si cuentas cuentos el día 21, envíanos un e-mail a red@cuentacuentos.eu contándonos en qué lugar contarás cuentos y nosotros colgaremos la información en nuestras redes sociales y en los blogs español e inglés:

En el e-mail debes indicar:
- Nombre de la persona que va a contar los cuentos
- Lugar donde se va a contar los cuentos (nombre del lugar, calle, ciudad y país)
- A qué horas

También nos puedes enviar una fotografía del momento en que estás contando cuentos ese día 21, o un enlace de youtube con tu intervención para colgarla en la web.
E-mail: red@cuentacuentos.eu 


Muchas gracias por sumarte a esta propuesta!


segunda-feira, 31 de março de 2014

Nas ruas, nas praças

Nesse último fim de semana, demos mais um passo positivo em nossa proposta de "botar a palavra para andar" (parafraseando a querida Débora Kikuti): ocupamos a praça em frente ao Centro Cultural da Penha para praticar e compartilhar algumas histórias.

Essa ação é parte de nossas oficinas de afrocontação e decidimos que a repetiremos sempre nos últimos encontros de cada mês. Para ir perdendo o receio de se apresentar em público, para ir ocupando os espaços não convencionais, para ir mostrando que boas histórias cabem em qualquer lugar...


As contadoras nessa ocasião foram Luciana, Dora, Elisabete e Neusa.


Meus contos africanos

Destacamos nesta postagem trechos do texto de Nelson Mandela sobre as histórias tradicionais de seu povo, tirados de uma significativa publicação sobre contos sulafricanos feita há alguns anos.


sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A tartaruga e a aranha
(conto da etnia fang, Guinea Equatorial)

Num país distante de nossa imaginação, viviam uma tartaruga e uma arranha com suas respectivas famílias.
É difícil ter ideia da terrível fome que a região sofria. Mas, apesar de tudo o sofrimento, a tartaruga via com certa inveja com a companheira aranha trazia sempre comida para sua família, sem saber de onde ela a retirava.

Formações em afrocontação

Para nossa alegria nesse primeiro semestre de 2014, o HADITHI NJOO estará dinamizando 2 significativas oficinas na cidade de São Paulo: uma, que já começou, na Casa de Cultura da Penha e outra no Centro de Formação da Cidade Tiradentes, a partir de março.

O mais bacana de tudo isso é que as finalizações desses processos é que realizaremos 2 edições de nosso festival, unindo @s participantes / aprendizes e convidad@s / amig@s, respectivamente em maio e junho.

E pressentimos que muitas outras coisas ainda vão rolar nesse período...


sexta-feira, 31 de janeiro de 2014