A parteira e o djim

domingo, 31 de agosto de 2014

A força dos SARAUS



Com o movimento crescente dos saraus por São Paulo e outras regiões, foi quase impossível deixar de participar desses encontros maravilhosos e neles propor e interagir com as afrocontações. E assim os convites começaram a proliferar...

Nesse mês de agosto, participamos do Sarau da Resistência na Cidade Tiradentes, organizado pelo Coletivo Força Ativa na Biblioteca Comunitária Solano Trindade, espaço que dinamizam de maneira autônoma naquele bairro. E foi muito interessante e proveitosa a experiência!

E também aproveitando as boas energias da região, resolvemos adaptar a ideia do Sarau AfroBiblioBrasileiro, realizado há alguns anos no CEU 3 Pontes, para nossa "ocupação cultural" na Biblioteca Temática de Direitos Humanos do CFC da Cidade Tiradentes, onde estamos dando continuidade ao projeto de oficinas de afrohistórias. Teremos datas para essa manifestação sempre nas últimas sextas de cada mês, das 14 às 16 horas, até novembro de 2014. As datas precisas:

- 29 de agosto
- 26 de setembro
- 31 de outubro
- 28 de novembro

A biblioteca faz agendamentos para escolas, 2555 4224, mas quem quiser é só chegar. Entrada franca!

ÁFRICA MÍA

Essa é uma das lembranças / homenagens que trouxemos de Cuba, no mais recente ENLACES SOLDÁRIOS. Obra potente da querida artista e ativista Lourdes Suárez, La Cimarrona sin Cadenas.


Cuando pienso en tí África lejana
Llega a mis ojos el dolor de tus hijos
Maltratados por la mano blanca del amo,
Mayoral, perros, grilletes, bocabajo.
Lamentos bastardos amamantaron mis reminiscencias
Que me develan mestiza y afrodescendiente.
Tejo en mis pensamientos 
el olvido de tanta sangre perdida por el futuro,
que es hoy mi presente 
y veo el mañana labrado por mis manos,
sueño de mis ancestros, 
que cumpliré un día, 
al abrazarte madre, África mía.

Lourdes Suárez
 14 de julio de 2014

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

ENLACES nada SOLIDÁRIOS

Infelizmente não conseguimos completar nossos enlaces solidários mais recentes que tinham planos de chegar à Espanha no mês passado. E tudo isso por força da violência, da intolerância e do RACISMO crescente no mundo - que hoje se manifestam com outras tantas estratégias...

Fomos impedidos de "entrar" no território europeu quando pousamos em Frankfurt, Alemanha, onde havia uma conexão. Estávamos chegando de Havana, Cuba, e toda a porção negra que estava no voo foi separada da branca já no túnel de saiu da aeronave. Cerca de 90% de nosso grupo eram mulheres adultas e os demais crianças e idosos. Logo se revelou a : todas, sem exceção, eram casadas com homens alemães. Alguns já as resgataram ali mesmo no momento e outros foram chegando nos minutos seguintes. Após horas e horas de interrogatório, de averiguações de documentos (na verdade não buscaram nenhuma das referência apresentadas por mim), avisaram que não seguiria viagem. Então mais uma ampla sessão de burocracias e então uma prisão de uma noite no aeroporto. Depois, um longo caminho de volta até chegar ao lar: largado em Fortaleza - pois a companhia aérea não atendia a região sudeste - e mais 3 dias em ônibus até São Paulo.

Após baixar a raiva e a indignação, muitas reflexões, investigações e conclusões. A mais profunda e sincera de todas: "Não somos desejados em alguns espaços. E não conhecemos, não temos e não vivemos a liberdade, em suas incontáveis possibilidades expressivas. Estamos em - e de certa forma apoiamos, 'financiamos' - um sistema que oprime e nos controla a cada passo, a cada gesto. E isso nos faz definhar aos poucos, principalmente na tristeza ppor conta da impotência, nos faz exterminar uns aos outros".

Bom, sem muito mais a declarar por ora, seguimos buscando mais e mais informações para compreender o fato, que é uma constante naturalizada. Até o momento o que "aprendemos" é que ações assim são legais, institucionalizadas, então que estejamos física e psicologicamente preparad@s para enfrentar os próximos capítulos dessa nossa história humana. 

Abaixo parte de nossa bela agenda não materializada - dessa vez - em terras espanholas. Uma pena...

- dia 19 de julho, intervenção no restaurante La Bodeguita del 6, Córdoba


- dias 21, 22 e 23 de julho, oficinas criativas no Parque de la Asomadilla, Córdoba (com Maríajosé Pedraza)



- dias 25, 26 e 27 de julho, oficinas e afrocontação de histórias no Festival Pirineos Sur, Huesca (http://www.pirineos-sur.es/dias-de-sur/)

Taller Bailes y Ritmos Populares Afrobrasileños

del 25 al 27 de julio, de 12 a 14 horas, precio 5 euros
Taller de Bailes y Ritmos Populares Afrobrasileños

día 27 de julio, Carpa Sallent de Gállego
Diosas y Guerreras, sesión de narración oral

Continuamos acreditando e propondo 
"um outro mundo possível"

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Agora somos parte da RIC

A Rede Internacional de Cuentacuentos é uma representativa iniciativa no campo da narração oral contemporânea e tem fomentado de forma expressiva essa prática. Tem sua "raiz" na Espanha e coordenador@s espalhad@s por diferentes continentes. Inclusive foi "formalizada" num encontro aqui no Brasil em 2010.

Além de uma vasta lista de artistas que se dedicam a essa arte, há contatos de festivais, videos, pesquisas, referências, bibliografias, artigos e investigações, uma grande variedade de informações para quem deseja se iniciar ou se aprofundar na temática. Em espanhol e em inglês.


Em www.cuentacuentos.eu/narradores/miembros/brasil/OdeAmorim.htm poderá encontrar nossa nova página. Vale a pena entrar e conhecer também outros vários projetos de todo o planeta. Só aqui do Brasil temos cerca de 150 inscritos na rede...
AfroContando na Penha

Aqui apresentamos a primeira edição do material audiovisual registrado durante nossa fantástica experiência desenvolvida entre fevereiro e maio deste ano no Centro Cultural da Penha, em São Paulo. Ali com as participantes - só mulheres completaram essa expedição! - descobrimos outras narrativas e abordagens, estudamos África e sua diáspora em termos de História, Geografia, Filosofia, Artes e Culturas. E principalmente, revelamos muitas de nossos próprios relatos, acreditando que isso também ser caracteriza como afrodescendente, para nos aproximarmos sem pudores desse tema fascinante.


E finalizamos, CLARO, o processo com uma edição de nosso Festival HADITHI NJOO. Mas isso é assunto para uma outra postagem...


Agradecimentos muito, muito especiais a Bartira, Bete, Dora, Luciana, Nayê e Neusa pelos compartilhamentos.