A parteira e o djim

sábado, 30 de novembro de 2013

AfroContações + Culinária

Quando tivemos a ideia de misturar Literatura e Culinária não imaginávamos o resultado que atingiríamos. Hoje, podemos dizer que tudo foi muito saboroso!!!

Aproveitar a I Semana de Consciência Negra do CEU 3 Pontes, na zona leste de São Paulo, fizemos a junção dessas 2 manifestações populares e parece que a garotada gostou muito.








HADITHI NJOO em Campinas

Outra grande experiência para nosso Festival de AfroContação de Histórias em seu formato itinerante: estivemos participando do V Sou África em Todos os Sentidos, organizado pelo Jongo Dito Ribeiro e outros tantos parceiros da região campineira. E a Fazenda Roseira continua emanando nossa trajetória em energias positivas para seguirmos acreditando e criando...


"Quando estou com minha gente
piso na tradição, piso na tradição"

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Alguns provérbios...

Os provérbios são jóias da sabedoria popular transmitidas de geração em geração, tão antigas como a experiência humana. Com uma linguagem simbólica ou através de "uma punhalada mortal", se ocultam meditações profundas, valores abstratos...

Seguem alguns vindos de África:

"A um visitante não se julga pelo rosto e sim por seu estômago"
provérbio ila, Zâmbia

"A doçura caminha com a amargura"
provérbio efik, Nigéria

"O valente chora mas suas lágrimas não correm"
provérbio do Congo

"Um bom chefe começa a fazer suas provas dentro de casa"
provérbio kikuyu, Quênia

"Vale mais uma pequena habilidade que muita força"
provérbio ambárico, Etiópia
Contações que se revelam

Durante o Revelando São Paulo que ocorreu em setembro na capital paulista, havia um espaço dedicado às narrativas orais. Era o 3º Encontro de Contadores de Histórias de Culturas Tradicionais. Foi organizado por Débora Kikuti, que participou da primeira edição do HADITHI NJOO em agosto 2012, e logicamente não poderíamos deixar de participar.




A programação completa e outras tantas informações sobre esse indispensável Festival das Culturas Populares Paulistas pode ser visto em http://revelandosaopaulo.org.br/rv/3o-encontro-de-contadores-de-historias-do-revelando-sao-paulo/.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

SEETETELANÉ

Era uma vez um homem pobre, tão pobre que carecia de família e se alimentava apenas de ratos silvestres, cujas peles se transformavam em calção curto que ia até os joelhos e era sua única vestimenta.
Certo dia que saiu para caçar roedores, logo tropeço num ovo de avestruz. Levou-o para sua casa e colocou num ninho. Novamente saiu e quando regressou, com fome e cansado pela dura jornada – já que só havia conseguido caçar 2 miseráveis ratos – encontrou a mesa arrumada e, sobre ela, um apetitoso bolo de farinha de painço e carne de cordeiro. Assombrado, exclamou:
- Casei-me sem saber? Esta comida, sem dúvida nenhuma, é obra de uma mulher. E onde está essa cozinheira?
Naquele momento, se abriu o ovo de avestruz que recolheu e saiu dele uma donzela belíssima.
- Meu nome é Seetetelané, dizia ela com a voz doce, e permanecerei ao seu lado até que, num instante de embriaguez, me chame filha do ovo de avestruz. Se o fizer, sumirei e não voltará a me ver nunca.
O caçador de ratões selvagens prometeu não se embriagar em sua vida e, durante várias dias, desfrutou de uma existência maravilhosa em companhia de sua bela esposa, que lhe narrava contos fantásticos e cozinhava pratos especiais.
Um dia vendo, que ele estava aborrecido, a jovem disse:
- Gostaria de se transformar no chefe da aldeia e ter súditos, animais e serviçais?
- Seria capaz de me proporcionar isso? Perguntou ele sem acreditar muito.
Seetetelané sorrio. Em um segundo, deu um pontapé no solo e a terra se abriu surgindo uma caravana de súditos com camelos, cavalos, mulas, carneiros e cabras, assim como grande número de homens e mulheres que, de imediato, começaram a aclamar o caçador de ratos, gritando com muita energia:
-Viva nosso chefe! Viva nosso chefe!
O homem beliscava as bochechas para se convencer de que não era um sonho. Seetetelané, sorrindo, fez com que se olhasse no reflexo das águas de um riacho e entãoele se deu conta que estava jovem e formoso e que seu calção de pele de roedores havia se transformando num riquissímo vestido de pele de chacal de pelos largos e que protegia muito.
Quando voltaram à palhoça, esta havia se transformando numa casa de pedra e madeira com 4 cômodos e seu quarto estava cheio de peles de pantera, zebra, chacal e leão.
O caçador de ratos estava a ponto de desmaiar ao ver tanta riqueza. Durante 2 semanas se portou como um verdadeiro chefe, fazendo justiça entre os seus e dando exemplos de sabedoria; ensinando a todos a trabalhar a terra, a caçar e a erguer casas de troncos e folhas. Mas uma noite, foi feita uma festa para celebrar o nascimento de um menino e o esposo de Seetetelané não conseguiu controlar a tentação e acabou bebendo.
Depois de haver tragado 4 copos de milho fermentado, os olhos enturvaram, a língua se soltou e assim começou a insultar os pais de família que estavam na reunião.
Seetetelané, decepcionada, quis que ele recobrasse a razão. Mas ele lhe deu um empurrão e disse com voz pastosa de bêbado:
- Saia da minha frente, miserável filha de um ovo de avestruz!
Aquela noite, o bêbado sentiu frio. Se levantou para buscar uma pele de chacal e não encontrou nenhuma. Saiu a porta para chamar um súdito e percebeu que retornara a sua antiga habitação, tottalmente só e vestido com seu calção de pele de ratos selvagens.
O bem estar desfrutado durante aquelas semanas fez dele um homem menos resistente a temperaturas rigorosas. Também bastante preguiçoso. Morreu poucos dias depois de fome e de frio, mais sozinho que um doente contagioso, praguejando até o último suspiro sua fraqueza em não resistir à tentação da embriaguez, aquela que causou a sua desgraça.

Retirado do livro 
Cuentos y leyendas populares africanos
Editorial Gente Nueva
Registros internacionais
do HADITHI NJOO








domingo, 30 de junho de 2013

Preparando as histórias e 
sentindo o Caribe mais próximo

E já estamos preparando a bagagem, cheia de afrohistórias, para embarcar numa nova grande aventura: a primeira edição internacional de nosso querido Festival de AfroContação de Histórias HADITHI NJOO. Estaremos ocupando o Taller Cultural - que se transformará na Casa do Brasil - dentro do Festival do Caribe / Festa do Fogo, no dia 7 de julho do próximo mês. E onde? Santiago de Cuba, CUBA!!!


sexta-feira, 31 de maio de 2013

Confirmadas as edições 
itinerantes e internacionais 
do HADITHI NJOO 2013

Mais um passo-sonho que se concretiza para nossa preciosa iniciativa de AfroContação de Histórias: em julho próximo estaremos apresentando nossa experiência e interagindo com outras tantas propostas interculturais interessantes em Cuba e na Espanha.



No domingo dia 7 de julho, estaremos em Santiago de Cuba ocupando a Casa do Brasil dentro do 33º Festival do Caribe / Festa do Fogo, tradicional encontro de afrodescendentes das Américas. O convite partiu dos companheiros Júlio e Débora D'Zambê do Sansakroma (participantes de nosso festival no ano passado), que são os representantes brasileiros do evento e responsáveis pelo espaço e pela programação dedicada ao Brasil. Faremos uma intervenção reduzida durante a manhã ou tarde para que possamos aproveitar as outras atividades, interagir ao máximo com nossos irmãos e fazer diversos registros e investigações. E nos anos seguintes vamos aumentando a participação, pouco a pouco.

Logo em seguida cruzamos o "charco" e pousamos em Córdoba, região de Andaluzia, onde realizaremos pela primeira vez o Festival CULTURAS ENCONTRADAS em parceria com amig@s artistas e agentes culturais locais. Uma ação resultante do programa de intercâmbios ENLACES SOLIDÁRIOS que já existe desde 2006. Serão 3 dias, de 26 a 28 de julho, sendo que a primeira noite é reservada às narrativas de diferentes povos. HADITHI NJOO dinamiza o evento e expõe materiais específico de nossas africanidades.  

Grande emoção e orgulho podermos levar o que acreditamos e o que fazemos a outras localidades e também trazer muito conteúdo e informação para compartilhar em nossas atividades futuras aqui por São Paulo e pelo Brasil.


terça-feira, 30 de abril de 2013

Em maio, 
inscrições para o HADITHI NJOO 2013

Passando bem rápido os meses desse ano, já estamos nos aproximando da segunda edição do Festival de AfroContação de Histórias HADITHI NJOO.

Em 2013, a festa deve acontecer nos dias 30 e 31 de agosto e 1 de setembro. Além de nossa estreia em solo estrangeiros, com passagens por Cuba e Espanha em julho

domingo, 31 de março de 2013

Histórias / ORIKIS





Um festival que é uma escola







Nosso primeiro livro coletânea

E depois de muita demora - na verdade, muito trabalho de pesquisa e de seleção, apresentamos com muito carinho nossa primeira coletânea com textos que coletamos e traduzimos em nossas andanças mundo afora. Essa é mais uma das propostas do Festival HADITHI NJOO: compartilhar toda e qualquer informação que nos chegue para que possamos cada vez mais compreender África e suas influências globais.

As ilustrações dessa publicação foram registros fotográficos feitos em nosso mais recente intercâmbio internacional ENLACES SOLIDÁRIOS e são graffitis e pinturas murais em Espanha realizados por africanos, residentes e convidados de eventos culturais.


Acesse e baixe gratuitamente a produção em 
O que é AfroEduComunicação?